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Monday, September 22, 2008

momento de reflexão

Um momento de reflexão é o que diz a palavra: para refletir. Como se sentássemos em frente ao espelho e déssemos uma boa olhada no que aparece. É difícil ficar em frente ao espelho e não pensar em nada. Convida-nos a um julgamento, a dizer a nós mesmos se gostamos ou não do que vemos.

Esses momentos são muitas vezes espontâneos. Nos pegamos sem querer refletindo sobre nós, pensando em nossas vidas, no que fizemos, no que estamos prestes à fazer. Esses são os mais importantes para nós. Raras são as ocasiões em que nos retiramos em silêncio determinados à auto-reflexão e introspecção.

Desses momentos tiramos conclusões (o julgamento) que, para o bem ou para o mal, ficarão conosco por um bom tempo. Como em qualquer julgamento, há um juiz que emite sua decisão final. Pode ser até passível de recurso, mas até lá é essa avaliação que perdurará.

O bom juiz não busca agradar nenhuma das partes envolvidas. Apenas julga e emite uma opinião neutra, sem influências. No momento em que encontramo-nos com nossa consciência nos julgando não há excusas, poréns ou entretantos. Apenas uma brutal honestidade consigo mesmo.

Nesse contexto me vi há algumas horas atrás. Caminhando nas ruas de Bremen, voltando do jantar.

Tenho passado muito tempo na Alemanha por conta de um projeto que estou liderando, viajando muito da Bélgica para cá, e consequentemente tendo tempo comigo mesmo. Mas nunca estou sozinho -- um livro, uma revista, um jornal. Me mantenho ocupado, às vezes enquanto caminho.

Mas não nessa noite, voltando do jantar.

Minha mente estava vazia dessa vez. Caminhava de volta ao hotel enquanto observava os prédios históricos. As placas escritas em alemão. O bonde e as pessoas que passavam. O frio de dez graus. Já era escuro.

E sem premeditação comecei a refletir. Sobre onde estou, o que estou fazendo, até onde eu cheguei. Pra onde eu vou.

Como é impressionante que há pouco mais de uma semana eu estava no Brasil. E agora estou há meio mundo de distância.

Como é assustador pensar que agora meu trabalho é aqui. E agora eu falo uma língua que não sou nativo.

Como é animador que tenho um time composto de pessoas de diversas nacionalidades. E que todos eles conseguem se entender.

Como me faz feliz realizar que meu filho já sabe uma segunda língua com 5 anos de idade. E que ele me enche de orgulho.

O juiz fez sua argumentação final e elaborou como tudo isso parece com sucesso e conquista, de como meus pais devem estar orgulhosos, amigos felizes e inimigos invejosos. Mas em seu veredito final ele deixou claro: trocaria isso tudo agora para estar com a Mara e meus filhos.

(Ultraviolet)

P.S.: Voltei a escrever no blog, depois de 5 meses, por mim. Não vou me enganar e dizer que irei atualizá-lo regularmente, pois sei que não irei. Se algo mais se manifestar, colocarei aqui. Ao eventual passante que leia essas mal-traçadas, obrigado e bon chance.

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