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Saturday, February 9, 2008

super mario family

Hoje foi um dia interessante. Mara chamou amiguinhos do Enzo (parte da "comunidade" InBev-brasileira na Bélgica) pra dormirem aqui em casa ontem à noite. Fizeram um fuzuê. Brincaram, pularam, cantaram e por aí vai. Em algum momento, finalmente, dormiram...Sim, aquele fazendo cara de palhaço é o meu, Enzo. A pequenina sentando com ajuda também, Luísa. Ao acordar hoje (às 7h15 da manhã), e após o café-da-manhã, seguimos à um parque próximo de casa, onde encontramos os pais de cada criança. Lá, almoçamos. Um tempo tão gostoso que não parecia a Bélgica:Fala sério, a foto acima não tá escrito "vai dar merda" nela todinha? Mas enfim...

O motivo pelo qual comecei essa nota foi pra falar do final desse dia. Voltamos pra casa cansados. Mara então, cansadíssima. E de repente, ela falou pro Enzo: "vamos colocar o Mario pra gente jogar?"

Aqui em casa temos um Wii, e recentemente Enzo fez jus ao novo "Super Mario Galaxy" (explicarei como em outra nota). O jogo é incrivelmente viciante. Nunca consegui interessar a Mara em video-games e outras tranqueiras do gênero que sou apaixonado. Mas o Wii conseguiu essa proeza. Esse não é o primeiro jogo que ela joga no Wii, e constantemente me pergunta a respeito do próximo lançamento: Wii Fit.

Foi realmente uma tacada de mestre da Nintendo construir um video-game para o resto de nós (os "non-gamers"). Ano passado atingi meus 30 e apesar de continuar amando video-games, passei da minha fase "hard-core". Jogos de luta, carros, guerra, enfim. Apesar de me atraírem muito, exigem muito mais tempo e atenção do que poderia dispender hoje em dia. Família e trabalho vêm primeiro.

Mas aí vem a Nintendo e desenvolve um video-game que é um sucesso entre todos aqui em casa. Mas como eles conseguiram? Cheguei a conclusão que dois componentes, um mais valorizado que o outro, foram os responsáveis.

O controle (Wiimote) é o primeiro que vêm a mente. Quem não lembra a sensação de ir no Playland do shopping pra se divertir nos jogos eletrônicos? Quem lembra daquele que você vestia uma luva de boxe e dava socos? Ou de dirigir um carro, com volante, pedais e tudo?

Por serem máquinas dedicadas, esses jogos sempre puderam contar com controles muito mais sofisticados que o video-game caseiro. Este, por sua vez, valia-se do "joystick" e de botões. E dá-lhe botões. Já que o aparelho tinha que ser "generalista" (precisava ter a habilidade de jogar muitos tipos de jogos diferentes) não podia se especializar nos controles. Sempre tinha alguém que tentava algo diferente, claro. Mas só valia para um jogo ou dois. As vezes dava errado...
E às vezes dava certo (Guitar Hero, alguém?). Com o Wii, você tem um video-game generalista mas cujo controle é tão versátil que você pode experimentar desde jogar tênis ou golfe ou boxe, até mesmo lutar com a espada Jedi (com um Luke Skywalker feito de Lego, por enquanto).

Mas um outro componente importante dos jogos eletrônicos do Playland, além da forma de controle, era a duração de cada partida. Como eram desenhados para lidar com muita gente (formando fila atrás, cada um com sua fichinha ranhurada comprada com as moedas do pai), as partidas não duravam muito mais que 3 a 5 minutos.

Essa fração, acreditem em mim, é a duração perfeita (o chamado "sweet spot") para um pai, mãe, avô, avó, etc., que não tem saco de ficar entendendo a história, correndo atrás de vinte mil itens diferentes numa jornada RPG de 40 horas, fazendo meia hora de "camping" para conseguir o "headshot" perfeito ou se matando pra passar do chefão.

No final das contas, o segundo componente de sucesso do Wii é o tipo dos jogos que ele ofereceu. É o jogo que você liga e já está jogando rapidamente. E cada partida dura alguns minutos, ou ainda quando dura mais, nada é tão sério (quão sério pode ser sacudir as moscas de uma banana? -- "WarioWare: Smooth Moves") que você não possa desligar em um segundo quando sua filha chora (o controle do Wii contém o botão de liga-desliga nele próprio, como um controle remoto; essa característica se destaca quando você tem mais de um controle e realiza que, de repente, você tem quatro botões de liga-desliga).

Do meu ponto de vista, isso explica a dificuldade que os outros parceiros da Nintendo estão tendo em vender "software" na plataforma. Apenas a Nintendo tem vendido bem no seu próprio "hardware", pois ela sabe exatamente pra que o Wii foi lançado. Um público-alvo bem diferente do XBox 360 e do PS3, o "non-gamer", essa criatura esquecida pelos consoles de outrora, mas que é muitas vezes mais numerosa que todos os "hard-core gamers" juntos.

Claro, você pode lançar o "Call of Duty" no Wii, mas as vendas não vão ser grande coisa: quem comprou o Wii não é um aficionado. É um pai, uma mãe que lembram de como era gostoso quando tinham 10, 15 anos jogar o Atari, Activision, MSX, NES, etc., e além do mais não encontram opções de entretenimento mais atraentes quando ligam a TV (Big Brother falado em flamengo é jogo duro). Essa turma só tem 15 minutos entre ligar a TV e o filho querendo tomar leite pra ir dormir.

As peças do quebra-cabeça se encaixaram quando vi hoje uma matéria a respeito do fechamento de vários "arcades" (os nossos Playlands) no Japão. Não me surpreenderia se isso chegasse a atingir outros países com farta oferta de Wii a preços decentes -- o que não é o caso do Brasil.

Parabéns a Nintendo por não ter feito o óbvio, e ter tido a coragem de se aventurar a expandir o mundo dos video-games para o resto de nós, que já não fazem mais parte do mundinho fechado dos "gamers" de hoje em dia. E obrigado por ter trazido a Mara o lado negro da força... :)

4 comments:

Ligia said...

Wii eh realmente mto bacana...
continue escrevendo, mesmo q nao sejam noticias suas, eh bom ler palavras suas.
beijos,
teamomuito

Unknown said...

ahaaaaaaaaaaaaaa, agora entendi o que fica fazendo durante as noites!!!!

Sobre o wii, sim, ele é realmente muito bom, mas ainda não viciei tanto qto o meu maridinho e meu filhote. Ainda tenho tempo pros dois hehehehe

beijos amor, adorei a notinha

Fabio Scheer Luis said...

Fala Seu Elói!

Agora um senhor de seus já notórios 30 anos, jogando videogame??? Você já é homem, rapaz. Compra um videogame de homem, como o PS3! Bluetooth, internet, wi-fi, Blu-ray, Linux, e que além de tudo serve café, faz massagem no ego e ganhou a batalha pelo formato de alta definição. Hehhehe...

Outro dia um cara que trabalha comigo falou: "Ei Fabio, uma cliente vai me pagar uma bebida quente ali no Starbucks, o que você acha que seria uma bebida de homem pra pedir lá? Eu costumo pegar um Caramel Macchiato.", ao que eu respondi: "Bebida de homem? Você chega ao barista, bate a mão fechada no balcão e manda: 'Coffee. Dark. Bold. Black!'".

Parabéns pelo blog, vou acompanhar todos os dias, já está na minha lista de bookmarks diários. Não vou escrever comentários todos os dias, mas vou ler com certeza.

Beijo em todo mundo aí!

Anonymous said...

Ixxx agora danou tudo, o cara tá até escrevendo sobre video game no blog...já era...virou nerd...bom pelo menos é sinal que vc tá treinando né pq toda vez que a gente joga contra eu ganho =P...auhahuauhauha

Flw Gordão bjs e abraços.